Adaptar__#03
As crianças têm acesso a internet cada vez mais cedo e é preciso ajustes para que ocupem esse espaço com segurança.
O que aprendemos nesses últimos dias:
👥 Criar conexão com a geração Alpha é também uma estratégia de fidelização para as marcas;
👩💻 Crianças e adolescentes estão cada vez mais conectados a internet;
👪 A segurança e o bem-estar dos filhos são uma preocupação para os pais;
💻 Adaptar produtos digitais para essa faixa etária considerando a experiência de forma ampla se faz necessário.
“Nascidos digitais”, literalmente!
Se com a geração Z o termo ”nascidos digitais” já era usado, com a geração Alpha (quem nasceu a partir de 2010) isso se tornou ainda mais real. Ganhar o primeiro celular, se conectar à internet e abrir uma conta em rede social é, de forma crescente, mais comum na primeira e segunda infância, conforme mostra o relatório TIC Kids Online Brasil - 2024.
É comum vermos crianças bem pequenas usando seu próprio celular ou o dos pais. Muitas já produzem seus próprios conteúdos.
Todo esse acesso tem gerado uma dualidade social onde de um lado temos crianças cada vez mais conectadas, e, de outro, uma preocupação com a segurança e bem-estar dessa geração.
A pergunta que fica é: como podemos adaptar um ambiente que por tanto tempo foi majoritariamente adulto a um público que ainda está em descoberta e desenvolvimento?
Geração Alpha
A geração Alpha, embora não faça parte da população economicamente ativa, possui um poder de compra indireto movimentando cerca de US$360 milhões, segundo a Bloomberg.
Criar uma conexão com eles é também uma estratégia de fidelização, e o digital se tornou o lugar perfeito para construir essa conexão.
Mas o que temos visto são profissionais e responsáveis preocupados com o tipo de conteúdo que os jovens têm acesso e o excesso de tempo que ficam online, pensando inclusive nas consequências que isso pode ter a longo prazo. A minissérie Adolescência, que esteve em alta no mês passado, fomentou muitas discussões sobre as violências que estão presentes no universo digital e o quão perigoso isso é em diferentes níveis. “The Parent Trap” - tendência apontada pelo relatório da Accenture - evidencia a crescente preocupação dos pais com relação à saúde e segurança de seus filhos na internet.
Ainda assim, sabemos que as crianças e os adolescentes não serão completamente proibidos de acessar a internet e de estar conectados, então precisamos descobrir como construir produtos digitais para esse público garantindo a segurança deles.
O mercado em adaptação
No começo do ano, o Instagram lançou uma nova política para adolescentes que inclui contas automaticamente privadas, troca de mensagens e menções apenas com contatos seguidos e o mais importante: os menores de 16 anos precisam da aprovação dos pais para alterar as configurações de suas contas e deixá-las com menos proteção.

No mercado financeiro são muitos os bancos que oferecem conta para crianças e adolescentes.
O PicPay lançou, ano passado, uma funcionalidade chamada ”PicPay Família”, em que os pais conseguem visualizar saldo e extrato, além de definir um limite de pagamento para os seus filhos. Os filhos, por sua vez, conseguem ter autonomia e possuem um produto digital desenvolvido para que eles organizem as finanças e definam objetivos para o futuro.

O jogo Roblox, famoso entre as crianças e adolescentes, lançou algumas funcionalidades que permitem o controle parental, que inclui bloqueio de pessoas na lista de amizade do dependente, bloqueio de jogos específicos e um relatório de uso.

Instagram, PicPay e Roblox são cases que mostram como um produto digital precisa desenvolver estratégias específicas para geração mais jovem. Nos três casos, os responsáveis fazem parte da experiência, enquanto a criança ou adolescente aproveita o produto com liberdade regulada.
O TikTok precisou implementar medidas de segurança em resposta a um processo da ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados), que exigiu desativação do feed sem cadastro, melhoria na verificação da idade - que antes era apenas informada pelo usuário - e mecanismos para garantir o envolvimento dos responsáveis.
✨ INSIGHT’S TEAM 🧠
Os produtos digitais precisam ser desenvolvidos pensando nos usuários, isso não é segredo! O que precisamos entender é o que significa projetar em um contexto específico, como é o caso da geração Alpha. Embora os mais jovens sejam os principais usuários, é fundamental considerar as necessidades dos responsáveis, além de respeitar a questão legal.
Pensar na experiência tem a ver com entender o todo, as necessidades e também as responsabilidades.
E o mercado?
O mercado precisa adaptar seus produtos para que funcionem e sejam utilizados pela geração mais nova de forma segura.