Comunidades________#12
Se você sente que sua rotina gira em torno do trabalho e das tarefas domésticas, dá uma abraço aqui. Essa sensação é cada vez mais frequente e não é por acaso.
O que aprendemos nesses últimos dias:
🧑🤝🧑 A felicidade está nas conexões sociais e no senso de pertencimento;
🤝 Terceiros lugares além de casa e do trabalho fortalecem comunidades;
🫂 O isolamento social cresce e afeta especialmente os jovens;
🤗 Marcas podem gerar impacto real ao criar espaços de apoio e acolhimento.
A força do pertencimento
Em um mundo cada vez mais digital e socialmente isolado, a ideia de ter mais espaços de acolhimento, onde a gente se encontra e se conecta, nunca foi tão importante. A falta de suporte social afeta a qualidade de vida das pessoas, tanto na saúde mental quanto na saúde física.
Algumas marcas já entendem essa realidade e estão criando comunidades reais em torno de seus produtos, proporcionando um lugar de pertencimento e conexão, assim como os terceiros lugares fazem.
Qual é o seu terceiro lugar?
Sabemos que, geralmente, o primeiro lugar é a casa, o segundo é o trabalho.
Mas você tem um lugar além destes dois?
O conceito de “terceiro lugar” tem aparecido em vídeos do TikTok e podcasts no Brasil, mas esse termo não é novidade. Ele foi pensado por Ray Oldenburg em 1989, em seu livro The Great Good Place, onde o autor nos ajuda a pensar no conceito de comunidade.
O termo voltou à tona recentemente, principalmente porque as pessoas estão sentindo cada vez mais falta de uma rotina além de casa-trabalho-casa. Cresce a necessidade de um outro lugar físico, onde podem se sentir pertencentes e sair um pouco da rotina.
Enquanto algumas pessoas dizem que seu terceiro lugar é a igreja, a academia, a biblioteca, a praia ou o parque, outras afirmam que nem possuem um segundo lugar, pois trabalham de casa, o que torna a rotina ainda mais isolada já que tudo acontece em apenas um lugar.
Existem várias razões para que a gente não tenha esse terceiro lugar, como o alto consumo de plataformas digitais, o custo de vida, o ritmo acelerado da rotina e a insegurança em espaços públicos.
Por outro lado, ter esses espaços nos dá senso de pertencimento, estimula a criatividade a partir da troca de ideias com pessoas diferentes e a descoberta de novos lugares, reduz o estresse e fortalece a identidade local.
Felicidade é estar com os outros
O Relatório Mundial da Felicidade de 2025 revela um padrão claro sobre o que faz um país mais feliz: tudo gira em torno das conexões sociais. Nenhum dos fatores analisados está ligado a atividades individuais. Pelo contrário, confiança, suporte social e participação comunitária se mostram essenciais para o bem-estar.
Pelo oitavo ano seguido, a Finlândia lidera o ranking dos países mais felizes, acompanhada de perto por outras nações nórdicas, como Dinamarca, Islândia, Suécia e Países Baixos. Esses países priorizam a educação e a igualdade, fornecem espaços públicos seguros em meio à natureza e equilíbrio entre vida pessoal e profissional.
O relatório também acende um alerta: o isolamento social tem se tornado uma preocupação crescente. Quase 20% dos jovens adultos no mundo relataram não ter ninguém com quem contar e sentem falta de suporte social, o que mostra um aumento na desconexão entre as pessoas.
✨ INSIGHT’S TEAM 🧠
Nossa felicidade tem a ver com as conexões que criamos e com a sensação de fazer parte de algo maior, mas o isolamento é um problema cada vez maior. É aí que entram os terceiros lugares, esses espaços onde a gente se encontra, troca ideias e se sente pertencente a uma comunidade.
Muitas marcas já estão atentas a essa necessidade de pertencimento em grupos. Um bom exemplo é a Rare Beauty, uma empresa de cosméticos fundada pela cantora Selena Gomez, que valorizou e incentivou a comunidade de sua marca fundada de forma orgânica.
No SXSW 2025, a CMO, Katie Welch, contou que a ideia da marca sempre foi criar uma comunidade que funcione como uma amizade de verdade, com troca, cuidado e papo aberto. Não é só ouvir os clientes para fazer produtos melhores, mas realmente conhecer e apoiar. “As melhores ideias virão do seu público. Pergunte, ouça, molde sua marca em torno dessas necessidades reais”, disse Welch.
A marca se posiciona em prol da saúde mental, com os Rare Chats, que são bate-papos semanais no Zoom que já se tornaram uma tradição. Além disso, a Rare Beauty também financia um fundo que apoia mais de 30 ONGs e tem se dedicado a combater a solidão entre os jovens de forma contínua. Para Welch, “comunidade é muito mais do que somente fazer as pessoas se sentirem vistas. É sobre ter certeza de que elas têm o apoio de que necessitam.”