Experiências____#07
Experiências reais valem mais do que bens materiais. O que importa são memórias, aventuras e vivências autênticas.
O que aprendemos nesses últimos dias:
🧗♂️ As pessoas preferem gastar com experiências, não com bens materiais;
👥 Acompanhar e entender os novos hábitos de consumo ajuda empresas e marcas na hora da criação de novos produtos ou serviços;
⚠️ A mudança na forma de consumir nem sempre é autêntica, pode ser inevitável;
❔ Ter ou viver: o que é considerado ostentação atualmente?
A Economia da Experiência
Há muito tempo os relatórios de tendências já apontam uma mudança de comportamento do público, diminuindo o consumo excessivo das gerações passadas e dando espaço para a busca por novas experiências.
Os amantes de séries devem ter notado esse comportamento apresentado pela personagem Piper Ratliff na 3ª temporada de “The White Lotus” (HBO). Ela é uma estudante de religião que inicialmente está interessada em aprofundar sua compreensão espiritual sobre o Budismo, enquanto o restante da sua família curte um resort luxuoso na Tailândia.
Ficar offline virou um luxo em um mundo digital, e se reconectar com o mundo fora das telas e de suas casas virou um objetivo e uma necessidade que vem crescendo entre as pessoas.
Isso reflete um comportamento cada vez mais comum entre consumidores, principalmente da geração Z e millenials, que preferem investir em viagens transformadoras e aprendizados culturais ao invés de bens materiais.
Como as gerações preferem gastar mais dinheiro para um dia ou momento mais especial ou memorável:
Viver é um novo status social?
Quem nunca viu pelas redes sociais uma viagem cheia de vistas incríveis em lugares pouco conhecidos? Ou um jantar super conceito da gastronomia local?
Viver e compartilhar esses momentos tornou-se um novo símbolo de status. Mais do que ostentar bens materiais, as pessoas querem exibir vivências autênticas, explorando lugares, culturas e experiências que agregam valor pessoal.
O turismo instagramável tem ganhado cada vez mais força entre usuários de redes sociais e mostra como destinos pouco óbvios acabam se tornando populares. Isso também faz com que as pessoas queiram recriar as imagens vistas nas redes, aumentando assim o fluxo de turistas e reforçando que a vivência e a divulgação dela são novos ativos simbólicos de consumo.
O fato é que colecionar bons momentos, sejam eles coletivos ou individuais, está na moda! Viajar para destinos fora do óbvio, experimentar novos sabores, participar de eventos exclusivos ou simplesmente aproveitar experiências sensoriais se tornaram uma forma de se destacar.
Em um mundo onde o consumo consciente cresce e a posse de bens perde um pouco do brilho, o que realmente faz a diferença é ter histórias para contar.
Os discos se tornam atraentes não apenas pela música, mas também pela experiência de ir até a loja, olhar diversos vinis e escolher a próxima adição na coleção. Ter um produto tangível faz a diferença para as pessoas.
A preferência pelos LPs ainda tem caráter ritualístico: escolher, manusear e ouvir com atenção, apreciando o álbum do início ao fim. Para muitos, essa experiência vale mais do que apenas a música gravada.
A busca por um equilíbrio entre o físico e o digital acabou se tornando uma necessidade motivada pela fadiga desse estilo de vida quase que totalmente online. É uma mudança intencional em busca de uma rotina mais simplificada.
A experiência na prática
Se a experiência virou o novo luxo, as marcas têm se adaptado para atender essa demanda crescente. O Airbnb Experiences, por exemplo, foi criado justamente para oferecer atividades autênticas conduzidas por moradores locais, permitindo que os viajantes mergulhem na cultura do destino e vivam algo realmente único.
E essa busca por experiências parece estar decolando para voos ainda mais altos. De acordo com uma pesquisa da Marriott Bonvoy, 81% dos consumidores planejam viajar na mesma quantidade ou ainda mais em 2025.
Vejamos outro exemplo, será que até um simples cafezinho pode se transformar em uma experiência inesquecível? O Starbucks Reserve Signature Experiences eleva o ritual do café a outro nível, com grãos raros, métodos de preparo especiais e ambientes imersivos. Não é só sobre tomar café, é sobre sentir os aromas, conhecer a história por trás de cada grão e viver um momento único. Afinal, até os pequenos prazeres do dia a dia podem se tornar grandes experiências.
Menos bens, mais experiências: tendência ou consequência?
“Essa inquietação impulsionará as pessoas a buscarem novas formas de conforto, como, por exemplo, a celebração de pequenas conquistas ou produtos e hábitos mais saudáveis.” WGSN
Segundo a Ipsos Housing Monitor 2025, 62% dos jovens brasileiros acreditam que está mais complicado adquirir um imóvel em comparação com as gerações anteriores. Além disso, 73% dos participantes disseram sonhar com a casa própria. Isso indica um possível vilão para essa mudança comportamental, o que nos faz refletir se realmente é uma mudança de hábito ou uma consequência inerente da atualidade.
Afinal, será que estamos diante de uma mudança genuína nos hábitos de consumo ou apenas nos adaptando às limitações do presente? O desejo de viver o agora pode ser tão autêntico quanto inevitável, e é nesse dilema que se desenha o novo comportamento de uma geração.
✨ INSIGHT’S TEAM 🧠
A nova geração está redefinindo o que, para eles, significa ter uma vida rica. Não se trata de bens materiais, a experiência se tornou um novo status social.
Viver algo único e ainda mostrar isso tem mais valor do que exibir um produto caro. As marcas que entenderem essa mudança e investirem na criação de experiências reais podem conquistar e fidelizar o consumidor moderno.
O futuro está na Economia da Experiência. O que você vive importa mais do que o que você tem!
O conceito de "omnisense" representa uma evolução na forma como as marcas interagem com os consumidores, indo além da integração de canais para oferecer experiências multissensoriais que ativam todos os sentidos.
É uma abordagem que busca criar conexões mais profundas e memoráveis, transformando cada ponto de contato em uma oportunidade de encantar e fortalecer o vínculo com o público.
Alguns elementos como realidade aumentada, sons personalizados, texturas táteis e aromas exclusivos para algumas empresas podem significar experiências imersivas que resgatam o poder do sentir, equilibrando inovação tecnológica com presença real.