Influência__________#11
Construir um império cultural de forma silenciosa e estratégica transforma seu público em fãs e defensores da sua marca.
O que aprendemos nesses últimos dias:
🇰🇷 A Coreia do Sul não vende só suas músicas, séries e produtos, ela vende a "Marca Coreia";
✨ Seu dorama favorito é a nova propaganda da sua pele dos sonhos;
❤️ Quando o público se encanta com sua cultura, ele não só compra, mas se torna fã e defensor, ampliando o alcance e impacto da marca;
🔗 Usar elementos culturais para criar conexão emocional com seu público gera identificação.
A estratégia da cultura
Você já assistiu um dorama? Se ainda não viu, certamente conhece alguém que gosta.
A cultura sul-coreana tem se popularizado e isso não é um acaso. Existe uma estratégia eficaz usada pelo governo sul-coreano para gerar capital para o país.
Muito do que consumimos é fruto de influência. Ao entrar em contato com uma cultura diferente por meio de filmes, séries e músicas somos influenciados a consumir ainda mais produtos ou conteúdos porque geram conexão.
O que a estratégia da onda sul-coreana (Hallyu) pode nos mostrar sobre estratégia de reputação e negócio?
Conquistando espaços através da cultura
Hallyu ou a onda sul-coreana teve início em 1990, quando o governo da Coreia do Sul começou a incentivar e promover políticas públicas para tornar sua cultura popular no exterior. Artistas e produtos para o público coreano e global foram fomentados, e o TikTok contribuiu para expansão desses produtos, promovendo desafios de dança baseados em coreografia dos Idols (como são chamados os integrantes de conjuntos musicais de k-pop).
Todo esse ambiente foi criado com uma ideia por trás: o soft power.
O soft power é uma ideia de exercer influência global por meio de cultura, valores e estilo de vida. Um exemplo é o grupo BTS, que quebrou recordes musicais no mundo todo, foi convidado para falar na ONU, participou de campanhas com o governo sul-coreano e ajudou a divulgar positivamente a imagem do país como moderno, inovador e inclusivo.

O soft power é a ponte que transforma o cultural em capital econômico e diplomático.
A indústria de cosméticos (K-Beauty) tornou-se um fenômeno global assim como o interesse pela gastronomia coreana cresceu entre as pessoas. Esses comportamentos foram impulsionados pela estética popularizada nos doramas.
O sucesso da onda coreana criou uma espécie de 'halo effect' (efeito auréola) que faz com que o consumidor, ao se apaixonar pelo K-Pop, por exemplo, automaticamente passe a ver outros produtos 'Made in Korea' como desejáveis e de qualidade. O K-Pop e os K-Dramas são, na verdade, uma gigantesca e eficiente campanha de marketing global para a Coreia do Sul, transformando a influência cultural em retorno financeiro e maior prestígio no cenário internacional.
A onda coreana é a porta de entrada para um estilo de vida. O governo sul-coreano usou a cultura como uma forma de vender a "Marca Coreia do Sul" como sinônimo de modernidade, inovação e excelência.
Empresas também podem usar dessa estratégia de influência para agregar valor no seus produtos.
Da Cultura ao Capital
Pense na Nike. Você compra um tênis para correr. Mas por quê?
A Nike vende superação, disciplina e alta performance. Os tênis são produtos físicos, mas o que realmente conecta com o consumidor são as campanhas inspiradoras, a associação com atletas de elite e o mantra "Just Do It".
Outro bom exemplo é a Red Bull que, com seus documentários sobre esportes radicais, está construindo uma comunidade, um senso de pertencimento e uma imagem de autoridade em seu nicho.
Em Porto Alegre, a marca que “dá asas”, é responsável por organizar a descida de um skatista pelo Centro Administrativo Fernando Ferrari (CAFF). Com formato curvo, que lembra uma pista de skate, o prédio está recebendo a estrutura necessária e fez com que a Red Bull permaneça entre as notícias mais comentadas na capital dos gaúchos.
O sucesso de uma empresa não depende apenas da qualidade do produto, mas da força da sua marca. Um nome forte (como a Coca-Cola ou a Disney) tem o poder de influenciar o comportamento do consumidor, justificar preços mais altos e resistir a crises.
A verdade é que o produto é a "isca", mas a lealdade é o verdadeiro prêmio. Ao invés de focar apenas nas vendas diretas, as empresas devem pensar em como podem usar sua marca e seus valores para construir um relacionamento emocional com o público, assim como a Coreia do Sul fez com o Hallyu.
É sobre sair da mentalidade de "vender um produto" para a de "construir uma marca-cultura". O que a sua empresa faz para criar não apenas clientes, mas fãs e defensores da sua marca?
✨ INSIGHT’S TEAM 🧠
A grande sacada é que o produto é a isca, mas a lealdade é o verdadeiro prêmio. O Hallyu prova que, quando você consegue que as pessoas se apaixonem pelas suas obras, elas se tornam fãs e defensoras da sua empresa.
O que a Coreia do Sul fez foi transformar o Soft Power em um Hard Power econômico. A pergunta que fica para todos nós, seja em nível pessoal, empresarial ou mesmo nacional é: sua cultura está sendo usada como um ativo ou apenas como entretenimento?
A música, os filmes e as séries não são apenas entretenimento; eles são a vitrine que expõe o que o país tem de mais valioso: sua identidade e sua capacidade de influenciar o mundo.
Da mesma forma, uma empresa que investe em sua marca e em seus valores de forma autêntica não está apenas vendendo um produto, mas está construindo uma comunidade. A Coca-Cola não vende apenas refrigerante; ela vende felicidade. A Nike não vende apenas tênis; ela vende superação.